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PM encontrado morto em chácara financiou até políticos

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Policial militar aposentado Jacob Vieira da Silva, 61 anos, deixou patrimônio de ao menos R$ 20 milhões

Carlos CaroneMirelle Pinheiro

O policial militar aposentado Jacob Vieira da Silva, 61 anos, encontrado morto após mais de uma semana desaparecido, agiu como apoiador financeiro tanto de políticos da base quanto da oposição nas eleições municipais da Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal.

Jacob deixou um patrimônio que ultrapassa a marca de R$ 20 milhões, conforme apurou a coluna Na Mira. Localizado dentro uma cisterna em uma chácara do município, o corpo do PM reformado foi enterrado na quinta-feira (20/7) em um cemitério em Valparaíso de Goiás, também no Entorno.

“Ele dava dinheiro para integrantes dos dois grupos [políticos] e costumava dizer que dessa forma não perderia as eleições. Quem ganhasse, iria dever a ele depois”, contou uma fonte ouvida pela coluna Na Mira.

Discreto, Jacob administrava um esquema de agiotagem que cresceu no decorrer dos últimos 30 anos. O militar chegou a ter, pelo menos, R$ 3 milhões circulando nas ruas, em forma de empréstimos, cobrados a juros exorbitantes.

Casas, apartamentos e até prédios inteiros estão entre a série de imóveis que se somam à fortuna de Jacob. Os bens estão distribuídos no DF, em Goiás e em alguns estados do Nordeste.

Antes de ser morto, Jacob viajou até São Paulo para comprar um lote de ônibus. Ele tinha o desejo de participar de uma licitação envolvendo transporte escolar que ocorreria em Planaltina de Goiás, também no Entorno da capital federal.

O policial aposentado era sócio da Cooperativa de Transportes de Cidade Ocidental (Cooptrocid-GO), que prestava serviços à prefeitura municipal. Ele estava focado em ampliar os negócios.

Enterro

Cercado de familiares e amigos, o corpo de Jacob Vieira da Silva foi velado e sepultado em um cemitério municipal de Valparaíso de Goiás na última quinta-feira (21/7).

“Meu pai era um homem muito bom, um bom avô, um bom pai, um bom marido, um homem muito querido nas cidades do Entorno inteiro, todo mundo conhecia o meu pai, não tinha nada para falar do meu pai”, disse Catiane Oliveira Viera da Silva, 32, filha de Jacob.

Questionada sobre o que acha que pode ter acontecido com o pai, respondeu: “Nada, não se sabe de nada ainda, por enquanto. Ganância e maldade humana”.

Familiares da vítima, ainda buscam explicações para entender o que motivou o assassinato. “Foram dias tenebrosos. A família toda empenhada nas buscas. Como parente, estou com o coração bastante apertado”, lamentou o empresário Armando Oliveira da Silva, 48 anos, sobrinho de Jacob.

“Espero que a Justiça trabalhe nesse caso, faça as investigações necessárias, e todos os que estiverem envolvidos com a morte dele prestem as contas necessárias.”

Corpo encontrado em cisterna

Após receberem uma denúncia anônima de que havia um mau cheiro vindo de uma uma chácara da Cidade Ocidental (GO), policiais acharam o corpo do homem dentro de uma cisterna. A residência pertencia ao enteado de Jacob.

O enteado do policial trata-se de Bruno Oliveira Ramos, 38 anos. Em 2020, ele foi candidato a vereador no Entorno do DF pelo partido Podemos.

O corpo estava envolto em um plástico, amarrado e escondido dentro do poço. Conforme apurado, a chácara onde a vítima foi encontrada pertence a um enteado dele, que seria filho de sua ex-mulher.

A mobilização das forças segurança começou nessa segunda-feira (17/7), mas, devido ao volume de lama e água no poço, os trabalhos seguiram ao longo do dia seguinte.

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