Caso envolve nove supostas vítimas em Aparecida de Goiânia
Caio Fernandes, advogado da enfermeira Marcilane Espíndola, indiciada na sexta-feira (17) por suspeita de deformar nove pacientes em procedimentos estéticos, em Aparecida de Goiânia, diz que ela não foi intimada “para contrapor a suposta nova acusação“. Naquela data, a delegada Luiza Veneranda, do 5º DP da cidade, informou que uma pessoa chegou na delegacia para uma nova denúncia.
Segundo a policial, a suposta vítima alegou ter sido atendida em janeiro, em Goiânia, e tido reações no corpo. A mulher, inclusive, será encaminhada para a capital. Naquele momento, Luiza disse que a suposta vítima relatou ter feito procedimentos na bunda, pernas e seios, e que estes últimos estão “incomodando muito”. “Aparentemente, lesões semelhantes às das outras. A região fica empedrada e com nódulos.”
A delegada declarou que procurou a Justiça para saber se Marcilene poderia prestar atendimentos. A informação repassada é que a enfermeira ainda estaria impedida. O Mais Goiás também procurou o Tribunal de Justiça (TJGO), mas os processos estão em segredo.
O advogado se manifestou nesta segunda (20). Segundo ele, “mais uma vez, infelizmente, a mídia é chamada pela autoridade policial antes da investigada, o que caracteriza cerceamento de defesa e causa a acusação social desmedida e sem o devido contraditório”.
Caso
A investigação começou em julho de 2023, a partir de denúncias de pacientes que relataram complicações após os procedimentos. Em agosto, houve o cumprimento de buscas e o fechamento do estabelecimento em Goiânia – que não possuía alvará de funcionamento –, aplicação de multas e outras medidas administrativas por parte da Vigilância Sanitária. Ela também locava uma sala em Aparecida.
Segundo a Polícia Civil, foram instaurados nove inquéritos. No fim, a corporação entendeu pelo indiciamento da investigada.
O 5º DP de Aparecida indiciou a enfermeira por seis crimes. São eles:
- Lesão corporal leve;
- Lesão corporal grave (incapacidade para as atividades habituais);
- Lesão corporal gravíssima (deformidade permanente);
- Injúria;
- Estelionato;
- Exercício ilegal da medicina.
Em nota, o advogado Caio Fernandes disse que “o indiciamento é a finalização do procedimento investigatório, sendo o inquérito policial remetido ao judiciário para análise do Ministério Público acerca da viabilidade de oferecimento de denúncia ou a necessidade de requerimento de novas diligências. Diante o esclarecimento, a defesa informa que até a presente data não foi intimada acerca de qualquer denúncia em desfavor da Sra. Marcilane, que sempre esteve a disposição para prestar os esclarecimentos necessários”.