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Adolescente de SC é suspeito de criar vaquinha falsa para vítimas no RS

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Segundo a Polícia Civil, morador de Balneário Camboriú aplicava golpes na internet de forma sistemática

CURITIBA (FOLHAPRESS) – Um adolescente de 16 anos, morador de Balneário Camboriú (SC), é suspeito de ficar com o dinheiro de pessoas que pretendiam ajudar a população do Rio Grande do Sul, estado atingido por inundações desde o início do mês.

De acordo com a Polícia Civil gaúcha, ele utilizava a internet para “aplicar golpes de forma sistemática”, simulando campanhas de arrecadação de doações. Mas o dinheiro caía em contas ligadas ao adolescente.

Na sexta-feira (24), a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão em uma cobertura em Balneário Camboriú. Foram apreendidos computadores, celulares e equipamentos eletrônicos. A suspeita é de estelionato e lavagem de dinheiro.

A reportagem não conseguiu contato com o adolescente. Ele não tem advogado atuando formalmente no caso. As investigações ainda estão em andamento.

Segundo os investigadores, o adolescente afirma em suas cotas nas redes sociais ter atingido seu primeiro milhão aos 15 anos de idade. Ele é sócio de duas empresas.

Outros mandados foram cumpridos na sexta-feira, também ligados a golpes de doações ao RS. As ações integram uma força-tarefa da Polícia Civil chamada Cyber, cujo objetivo é combater golpes ligados à calamidade pública. Na sexta-feira, a fase foi batizada de Operação Dilúvio Moral.

“Já identificamos diversas modalidades de golpes desde o início do mês, alguns mais simples e outros mais elaborados, como este do adolescente”, disse o delegado Eibert Moreira Neto, nesta segunda-feira (27).

Segundo Neto, o adolescente criou uma página na internet simulando vínculo com o governo do RS. Ela redirecionava os usuários para uma nova página falsa, desta vez simulando um conhecido site de vaquinha virtual, em que se divulgava uma suposta campanha de arrecadação de doações.

Para dar aparência de legalidade, o layout foi adulterado para mostrar que a “campanha de arrecadação” já teria acumulado mais de R$ 2,7 milhões. Mas o valor era fictício.

Na página simulada, era divulgado um QR Code, gerado por uma fintech de checkout (espécie de loja virtual), que permitiria o pagamento via pix. A partir daí, a contribuição era redirecionada da loja virtual para um serviço de pagamentos, que repassava o valor para o local indicado pelo suspeito, segundo a investigação.

O valor, ainda segundo a apuração, era repassado para uma empresa de treinamentos e serviços, que tinha o adolescente como um dos sócios.

“O valor era captado pelo golpista com aparência de licitude, uma vez que simulava a venda de um produto ou serviço oriundo da sua empresa”, diz o delegado.

No total, a força-tarefa Cyber analisou mais de 60 casos até agora, com a retirada de 71 páginas do ar —29 inquéritos policiais foram instaurados e contam com diligências em andamento.

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