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“Não colaborou”, diz delegada sobre fisiculturista suspeito de agredir e causar morte de esposa

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Bruna Coelho revela que ele não entregou o celular da companheira à corporação e que o aparelho não foi localizado

O fisiculturista Igor Porto Galvão, de 31 anos, preso por suspeita de agredir e causar a morte da esposa, Marcela Luise de Souza, em Aparecida de Goiânia, tentou atrapalhar o serviço da perícia. A informação consta em inquérito e foi confirmada ao Mais Goiás pela delegada Bruna Coelho.

Ela revela, ainda, que ele não entregou o celular da companheira à corporação. “Não colaborou. Nós não localizamos esse celular, não tivemos acesso ao celular. Também não foi localizado na casa depois que fizemos uma busca de apreensão”, afirmou a delegada.

Segundo ela, o síndico do condomínio onde ele vive também tomou conhecimento de que Igor disse que o processaria por deixar os peritos entrarem para investigar o caso. Informou, ainda, que familiares dele teriam tentado tumultuar a perícia, uma vez que foram eles que receberam os peritos. Para Bruna, ficou claro que Igor demonstrou que estava insatisfeito com a investigação.

Na sexta-feira (24), a Polícia concluiu a investigação, em Aparecida de Goiânia, e indiciou Igor por feminicídio.

Caso

Marcela foi internada em 10 de maio em um hospital particular de Aparecida de Goiânia, onde foi levada pelo próprio companheiro, e morreu dez dias depois, em decorrência de várias agressões. Quando chegou na unidade, o fisiculturista Igor Porto Galvão, de 31 anos, afirmou que a esposa tinha se machucado após cair com a cabeça no chão, enquanto limpava a casa.

Os médicos que a atenderam, porém, decidiram acionar a polícia após constatarem que a mulher tinha vários hematomas não condizentes com uma queda, como traumatismo craniano dos dois lados da cabeça e na base do cérebro, além de fraturas na clavícula e em oito costelas.

Com as provas em mãos, a Polícia Civil solicitou e a justiça decretou a prisão temporária do fisiculturista, que foi preso alguns dias depois da internação da mulher. Durante audiência de custódia, Igor Porto Galvão teve sua prisão transformada em preventiva.

Feminicídio consumado

Após a morte da mulher de 31 anos em 20 de maio, que teria sido agredida pelo marido, a delegada Bruna Coelho antecipou ao Mais Goiás que ele responderá por feminicídio consumado. No dia 24 de maio, o inquérito foi apresentado.

“A defesa do investigado Igor Porto Galvão lamenta profundamente a morte de Marcela Luise, e continuará pronunciando apenas com relação às investigações”, disse a nota enviada ao Mais Goiás após a confirmação do óbito. Já sobre a detenção do suspeito, que também é nutricionista, eles dizem que, no ponto de vista da defesa, “não estão presentes os requisitos da prisão preventiva, ou seja, garantia da ordem pública, garantia da instrução criminal ou assegurar a aplicação penal”.

O advogado Thiago Marçal reforça que o cliente possui profissão licita (é nutricionista e educador físico), tem endereço fixo, é primário e em momento algum existe algo no processo que ele interferiu no bom andamento da investigação.

“Pelo contrário, a Polícia Civil esteve em sua residência fora de horário, a fim de fazer perícia, e ele autorizou. Perícia essa que teve como resultado inconclusiva. Importante salientar que o colega advogado, que estava acompanhando o Igor, já havia ido à delegacia e o colocado à disposição da autoridade policial. Até o momento, o Igor não foi ouvido. A defesa vai entrar com os pedidos cabíveis a fim de que a prisão preventiva seja substituída por medidas cautelares diferentes do cárcere.”

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