Ao todo, 95% dos medicamentos e insumos do programa podem ser retirados de forma gratuita, o que equivale a 39 dos 41 insumos distribuídos
Com os recém-completados 20 anos do Farmácia Popular, há pessoas com histórias e vivências que se mesclam à longevidade do programa do Governo Federal. O aposentado João Martins Fernandes, de 67 anos, busca gratuitamente há 19 anos sete medicamentos para manter sob controle doenças cardíacas, diabetes e hipertensão. “Eu infartei em 2005. De lá pra cá, sempre pego remédio na Farmácia Popular. Foram cinco infartos e tenho sete próteses. No início, o tratamento foi demorado, mas agora é só controle mesmo”, relata.
João avalia o papel do Farmácia Popular em sua vida não apenas como instrumento que propicia economia financeira, mas manutenção da saúde física e emocional. “Não alivia só o orçamento. Seria impossível ficar sem o remédio. Só um dos remédios que tomo custa quase R$ 500. Sem o Farmácia Popular, com o salário que ganho, não daria para comprar. Se eu tivesse que comprar todos os remédios, ficaria em torno de R$ 3 mil a R$ 4 mil por mês”, revela o aposentado.
O programa oferta 41 insumos, entre fármacos, fraldas e absorventes e inclui medicamentos para diabetes, hipertensão, asma, osteoporose e anticoncepcionais. Com a atualização do programa em julho, 95% dos medicamentos e insumos passaram a ser retirados de forma gratuita, ou 39 dos 41 itens de saúde distribuídos.
Os outros têm desconto de até 90%. São remédios para tratamento de colesterol alto, Parkinson, glaucoma e rinite, por exemplo. A estimativa é de que cerca de 3 milhões de pessoas que já utilizam o programa sejam impactadas e, em média, isso gere economia para os usuários de até R$ 400 por ano.
“Estamos falando, sobretudo, do cuidado com as pessoas, de um Brasil bem cuidado, que é a orientação maior do governo, de que governar é cuidar. O Farmácia Popular é SUS e mostra esse cuidado”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ao celebrar a inclusão dos medicamentos no programa.
COMPANHIA — Aposentada, Delzira Pereira do Couto, de 76 anos, tem no tratamento contra hipertensão a companhia do Farmácia Popular desde 2004. “Eu faço o tratamento de pressão já tem 20 anos e esse tempo todinho nunca comprei remédio para pressão. Às vezes, para a gente que ganha salário mínimo, qualquer tantinho que você economiza já faz muita diferença. Esse remédio que a gente recebe é importantíssimo, pelo menos pra minha vida é”, conta a idosa, paciente do Sistema Único de Saúde (SUS).
Estamos falando, sobretudo, do cuidado com as pessoas, de um Brasil bem cuidado, que é a orientação maior do governo, de que governar é cuidar. O Farmácia Popular é SUS e mostra esse cuidado NÍSIA TRINDADE – Ministra da Saúde
Com o tratamento em dia e as medicações prescritas à disposição, João Martins encontrou, somado ao Farmácia Popular, outro aliado na superação dos sucessivos problemas cardíacos que enfrentou: o esporte. Trajando camiseta que vestiu ao correr uma maratona, ele se orgulha de deixar para trás a situação de fragilidade causada pelas doenças e correr em direção a um estilo de vida que tem a saúde como linha de chegada. “Hoje sou recordista, maratonista na minha categoria. Sou o único atleta brasileiro a correr com sete próteses no coração, depois de cinco infartos. Vou caminhando, dando trotezinho”, se empolga ao contar sobre a atividade física praticada.
RETOMADA — O Farmácia Popular foi criado pelo Governo Federal em 2004, para oferecer medicamentos e outros insumos de saúde para a população. Foi retomado com prioridade pelo presidente Lula no ano passado, com a inclusão de novas gratuidades, que incluíam remédios para osteoporose e anticoncepcionais e, em 2024, a distribuição de absorventes para pessoas em situação de vulnerabilidade e a estudantes da rede pública.
85% DAS CIDADES — Hoje, a iniciativa está presente em 85% das cidades brasileiras, o que equivale a 4,7 mil municípios, conta com mais de 31 mil estabelecimentos credenciados em todo o país e tem capacidade para atender 96% da população brasileira. Desde junho do ano passado, 560,4 mil mulheres acessaram medicamentos gratuitos para anticoncepção e osteoporose.
70 MILHÕES — Em 20 anos, mais de 70 milhões de cidadãos brasileiros foram beneficiados. A expectativa do Ministério da Saúde é universalizar o programa e cobrir 93% do território nacional. Para alcançar a meta, o credenciamento de novas farmácias foi aberto em 811 cidades, com prioridade para municípios que participam do Mais Médicos – uma estratégia que pretende reduzir os chamados vazios assistenciais. “Hoje temos capacidade para atender 96% da população com essa expansão. E um destaque às cidades da região Nordeste e Norte, que receberam a primeira unidade cadastrada. 352 cidades das regiões Norte e Nordeste passaram a ter o Farmácia Popular”, destacou Nísia Trindade.
PRESERVADO — A contenção orçamentária para cumprir o Arcabouço Fiscal não impede a implementação como planejada do Farmácia Popular. O orçamento continua maior que nos anos anteriores. Estão previstos R$ 3,4 bilhões em 2024 – 37% superior a 2022 (R$ 2,48 bilhões). O bloqueio no programa refere-se a uma reserva técnica que seria direcionada a outra iniciativa. Caso necessário, há possibilidade de recomposição durante o exercício por meio de remanejamentos.
*Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República