Morreu nesta terça-feira (9), aos 64 anos, a ex-deputada federal Nair Lobo. Ela estava em casa, no Alphaville – DF, em Brasília recebendo tratamento através de uma cuidadora, após um ano de luta contra um câncer na tireoide, que acabou desenvolvendo metástase. Ela foi parlamentar pelo então PMDB de Goiás em duas legislaturas. Divorciada, ela deixa quatro filhos e cinco netos.
O velório está sendo realizado nesta quarta-feira (10), no Cemitério Jardim das Palmeiras, no Setor Fama, em Goiânia. O sepultamento está marcado para às 15 horas, no mesmo local.
Trabalho
Um dos principais projetos de Nair Lobo foi a aprovação de lei que estende a estabilidade no emprego a quem obtiver a guarda do recém-nascido, quando a mãe biológica morrer nos meses seguintes ao parto. A estabilidade no emprego é um direito garantido pela Constituição Federal às mães por cinco meses após o parto.
O texto, apresentado na Câmara em maio de 2009, só foi aprovado pelo senado em junho de 2014, quando foi sancionado pela ex-presidente da República, Dilma Rousseff (PT).
Outra curiosidade de Nair Lobo é que em 1998, ela e outras quatro parlamentares deixaram sessão em Brasília para se reunir com duas ufólogas dos Estados Unidos. A intenção era de discutir a implantação da Cidade Internacional do Conhecimento, centro dedicado à meditação e atividades místicas, em Alto Paraíso de Goiás.
Outro ponto importante da carreira política de Nair ocorreu em 7 de abril de 1999, quando defendeu que o plenário deveria cassar o mandato do deputado Talvane Albuquerque, que foi assassino da deputada federal Ceci Cunha (PSDB-AL). A discussão envolveu o então deputado e hoje presidente da República, Jair Bolsonaro.
Talvane era suplente de Ceci. Bolsonaro lançou dúvidas sobre a honestidade da vítima de um dos mais emblemáticos crimes políticos do Brasil. Talvane foi cassado em votação secreta em 7 de abril de 1999, com 427 votos pela cassação, após ser denunciado como mandante de uma chacina que também vitimou o esposo e mais dois familiares de Ceci.
Biografia
Nair Maria Xavier Nunes de Oliveira Lobo nasceu em Anápolis (GO), no dia 25 de março de 1956, filha de Rivadávia Xavier Nunes e de Marina de Carvalho Brito Xavier Nunes.
Bacharel em ciências jurídicas e sociais pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em 1981, especializada em direito administrativo e constitucional, foi nomeada consultora jurídica da Assembléia Legislativa de Goiás, em 1987. Três anos depois iniciou atividades político-partidárias, ingressando no Partido de Reconstrução Nacional (PRN).
Presidente da seção municipal do PRN-Mulher e superintendente estadual da Legião Brasileira de Assistência, em 1993 integrou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Nessa mesma ocasião assumiu a presidência do Conselho do Bem-Estar Social de Goiás.
Em outubro de 1994 concorreu à Câmara dos Deputados na legenda do PMDB, obtendo uma suplência. Assumiu o mandato em 27 de abril de 1995 no lugar de Josias Gonzaga.
Titular da Comissão de Economia, Indústria e Comércio, bem como da Comissão Especial de Débitos nas Operações de Crédito Rural, votou a favor da extinção do monopólio estatal nos setores de telecomunicações, exploração de petróleo, distribuição de gás canalizado navegação de cabotagem. Também apoiou a mudança do conceito de empresa nacional e a criação do Fundo Social de Emergência (FSE) .
Em junho de 1996 votou a favor da criação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que substituiu o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), fonte suplementar de recursos destinados à saúde.
Em janeiro/fevereiro de 1997, votou a favor da emenda que previa a reeleição de presidente da República, governadores e prefeitos e, em novembro, pela quebra da estabilidade do servidor público, item da reforma administrativa.
No pleito de outubro de 1998 reelegeu-se na legenda do PMDB. Em novembro votou a favor do teto de R$ 1,2 mil para aposentadorias no setor público. Foi favorável também aos critérios de idade mínima e tempo de contribuição para os trabalhadores no setor privado, itens que definiram a reforma da previdência. Foi reeleita em 1998.