Em 33 dias, o Brasil saltou de 10 mil para 40 mil mortes causadas pelo novo coronavírus. É o que revela dados do Ministério da Saúde, que na quinat-feira (11) confirmou um total de 40.919 óbitos, número pouco inferior ao contabilizado pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte (41.058). Foram 1.239 novas mortes registrados no dado oficial nas últimas 24 horas e 1.261 segundo a apuração junto às secretarias estaduais de Saúde.
Passaram-se 52 dias desde a primeira morte para que o país chegasse ao marco de 10 mil óbitos (entre 18 de março e 9 de maio) e pouco mais de mês depois isso para o ultrapassar os 40 mil mortos em decorrência da covid-19.
Com a inclusão de 30.412 novos diagnósticos da doença, o Ministério da Saúde chegou à soma de 802.828 pessoas infectadas. Já o consórcio contabiliza 30.465 novos casos, e um total de 805.649 pacientes que contraíram a doença. Segundo a pasta, 345.595 pessoas já se recuperaram.
Os veículos de comunicação compilaram os dados com base nos boletins mais recentes de cada unidade da federação. Todos os estados e o Distrito Federal divulgaram atualizações hoje até as 20h, antes da publicação deste texto.
Brasil acumula 100 mil diagnósticos em 3 dias
O número crescente no total de casos e mortes atesta a velocidade com que o coronavírus avança pelo Brasil. Nos últimos três dias, a alta foi de quase 100 mil novos pacientes infectados e contabilizados, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde.
Na última segunda-feira (8), o país tinha 707 mil casos. Já o boletim divulgado hoje pelo governo federal informa que já foram infectadas 802.828 pessoas desde o início da pandemia.
A letalidade, informa o governo, é de 5.1%. Ontem, o país registrou a maior média de óbitos provocados pelo novo coronavírus em todo o mundo considerando a última semana.
Quase metade das mortes estão concentradas no Sudeste, de acordo com os números dos estados: são 18.905, 46% do total. A segunda região que mais perdeu vidas para a covid-19 foi o Nordeste (13.061, 32%), e em seguida estão Norte (7.647, 18,4%), Sul (789, 2%) e Centro-Oeste (656, 1,6%).
Ceará tem mais mortes do que a China
Com a atualização para 4.708 óbitos por covid-19 até hoje, segundo o governo do estado, o Ceará perdeu mais vítimas para a doença do que a China, país a partir do qual o novo coronavírus se espalhou. Trata-se do terceiro estado brasileiro a perder mais vidas do que o país asiático, após São Paulo e Rio de Janeiro.
São Paulo, aliás, passou das 10 mil mortes por covid-19 (são 10.145, precisamente, segundo o consórcio). Em seguida aparece o Rio, com 7.363 vítimas. Os dois estados registraram mais de 200 óbitos de ontem para hoje: 283 e 225, respectivamente, mas mesmo assim protagonizam o relaxamento do isolamento social: hoje a reabertura de centros comerciais teve aglomerações nas capitais de ambos os estados.
Doze unidades da federação registraram mais de mil casos de ontem para hoje, de acordo com os dados das secretarias, começando por São Paulo (6.204 novos diagnósticos). Em seguida estão Ceará (2.745), Maranhão (2.172), Pará (1.746), Rio de Janeiro (1.402), Paraíba (1.338), Bahia (1.206), Amazonas (1.140), Distrito Federal (1.074), Pernambuco (1.059), Espírito Santo (1.037) e Alagoas (1.024).
Nos últimos três dias, com base nos dados do consórcio, os diagnósticos de covid-19 no Brasil inteiro aumentaram 13%, enquanto as mortes cresceram em 10%.
Desde segunda-feira (8) o Nordeste contabiliza mais casos oficiais da doença do que o Sudeste, e a diferença entre as regiões aumenta a cada dia. Hoje os estados nordestinos somam 285.465 diagnósticos, e os do Sudeste, 281.171. Em seguida aparecem os do Norte (167.185), os do Sul (35.578) e os do Centro-Oeste (36.250).
Veículos se unem em prol da informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19, os veículos de comunicação UOL, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa a partir desta semana e buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.