Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz está preso no Presídio Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), na Zona Oeste do Rio, desde a tarde da última quinta-feira. Na mesma unidade, estão os presos da operação Lava-Jato. Isolado por prevenção à Covid-19, Queiroz tem permanecido em silêncio na prisão e um dos raros momentos de interação nos últimos dias foi quando pediu um livro de autoajuda para Wilson Carlos, ex-secretário de Sérgio Cabral e operador do esquema de propinas do governo do estado.
Desse modo, o ex-secretário de Cabral costuma passar pelas celas perguntando o que cada um dos detentos quer ler. Foi então que Queiroz pediu um título de autoajuda.
O colunista Lauro Jardim revelou na semana passada que a cela de Queiroz tem cerca de cinco metros quadrados. No espaço, há pia, chuveiro e vaso sanitário. No entanto, não há TV.
Ele possui direito a banho de sol durante duas horas por dia num pequeno pátio.
O GLOBO apurou na sexta-feira que o cadastro de Fabrício Queiroz na Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) do Rio está sem a imagem dele. A situação é fora do padrão já que ele deu entrada no sistema penitenciário do Rio no dia anterior e todos os presos precisam ser identificados e fotografados quando entram no sistema prisional.
Prisão
Ele foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo, por determinação do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. A prisão ocorreu durante as investigações do caso da “rachadinha”, a prática ilegal de devolução de salários dos assessores no gabinete da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Fabrício Queiroz estava em um imóvel que funcionava como escritório de advocacia de Frederick Wassef, que defende o senador Flávio Bolsonaro no caso. A operação da quinta-feira foi batizada pelos investigadores de “Anjo” em referência a Wassef. Márcia também teve prisão decretada e é considerada foragida pois não foi encontrada.
Habeas Corpus negado
Na sexta-feira, o advogado Paulo Emílio Catta Preta entrou com um pedido de habeas corpus para que Queiroz fosse transferido para prisão domiciliar. O pedido foi negado na madrugada de sábado pela desembargadora Suimei Cavalieri, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
A defesa do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro havia solicitado a substituição da prisão preventiva dele. A intenção era que Queiroz pudesse ficar detido em casa, por tempo indeterminado. A defesa havia argumentado que ele é portador de câncer de cólon e correria riscos de saúde devido à pandemia da Covid-19. O caso tramita em sigilo e a íntegra da decisão da magistrada não foi divulgada.