O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, disse hoje (10) que “não há motivo para ter pânico” após a confirmação do primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil. Ontem (9), as secretarias municipal e estadual informaram que um homem de 41 anos, residente na cidade de São Paulo, testou positivo para a doença e está internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. O paciente tem histórico de viagem para Portugal e Espanha.
Outros nove casos seguem em investigação nos estados de Santa Catarina (2), Mato Grosso do Sul (1), Rio Grande do Sul (1), Rondônia (2), São Paulo (1), Rio de Janeiro (1), Ceará (1).
Garcia, durante evento em Barretos, no interior paulista, disse também que já comunicou o Ministério da Saúde para que sejam considerados “protocolos nas fronteiras” para controle da entrada do vírus. Ele lembrou que outro caso, de uma mulher de 26 anos, está em investigação. Ela está internada em um hospital público da cidade e é mantida em isolamento e seu quadro de saúde é estável. Esse caso foi notificado no dia 4 de junho.
O Ministério da Saúde informou ontem, por meio de nota, que a Sala de Situação e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) Nacional segue em articulação direta com o estado de São Paulo e com a capital paulista para monitoramento do caso e o rastreamento dos contatos. “Todas as medidas de contenção e controle foram adotadas desde a internação do paciente”, apontou o órgão.
Na quarta-feira (8), a pasta informou que estava monitorando oito casos suspeitos de varíola dos macacos no Brasil.
A varíola
A varíola dos macacos é uma doença causada por vírus e transmitida pelo contato próximo/íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, este contato pode se dar por meio de um abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo doente.
Não há tratamento específico, mas, de forma geral, os quadros clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com Aids, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.
De acordo com a secretaria, os primeiros sintomas associados à doença são febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De 1 a 3 dias após o início desses sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele que podem estar localizadas em mãos, boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais.
O Instituto Butantan informou que essas lesões na pele evoluem em cinco estágios: mácula, pápulas, vesículas, pústulas e finalmente crostas, estágio final, quando as feridas caem. A transmissão do vírus ocorre, principalmente, quando há contato com essas lesões.
Para prevenir a doença, a secretaria destaca que é importante evitar contato próximo ou íntimo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado; evitar o contato com quaisquer materiais que tenham sido utilizados pela pessoa doente; e higienizar as mãos, lavando-as frequentemente com água e sabão ou álcool gel.