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Pai chegou a discutir com anestesista após ser obrigado a deixar sala de parto, diz delegada

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Em depoimento nesta quinta-feira (14) na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, o marido da segunda mulher a passar por uma cesárea no Hospital da Mulher no domingo (10) relatou que, após o parto, chegou a contestar o anestesista Giovanni Quintella Bezerra sobre por que motivo de ser obrigado a deixar o centro cirúrgico pelo médico, de acordo com a titular da Deam, delegada Bárbara Lomba.

Bezerra foi preso pelo estupro de uma das pacientes que deram à luz naquele dia na unidade de saúde.

“Ele disse que, no fim do parto dos bebês, o Giovanni mandou ele sair. Segundo o pai, o médico disse que a mulher tinha que dormir e que era praxe, padrão. Então, eles ainda tiveram um embate, porque houve uma resistência dele em sair. Ela ainda se manteve no corredor e só depois saiu” disse a delegada, que completou: “Ele ainda disse que questionou a sedação, por que tinha que sedá-la”, disse Bárbara Lomba.

A delegada espera concluir o inquérito e remeter ao MP o inquérito do vídeo na semana que vem.

A primeira mulher a dar à luz no hospital no domingo chegou na delegacia pouco depois das 17h30. Em seguida, uma mulher, com a criança nascida na unidade chegou na especializada. A vítima que foi filmada deve ser ouvida de forma mais discreta. O menino que nasceu no domingo é seu terceiro filho.

O advogado Joabe Sobrinho, que defende a primeira mulher, disse que ela estava na unidade para dar à luz o primeiro filho. Por ser mãe solteira, ela estava com uma acompanhante, uma amiga. Ele disse que vai processar o médico e o hospital.

“Ela conta que ele quis fazer coisas que não eram de sua alçada, como por exemplo colocar a sonda nela. Ele não tinha que fazer isso, e sim o enfermeiro. Ele quis limpá-la. Não é atribuição dele e sim do enfermeiro. Ele começou a falar da tatuagem dela, que “elas eram bonitas, que as letras eram lindas”. Pelo fato dela estar com uma amiga, por ser mãe solteira, ele se aproveitou para fazer isso. Ela não sabe se houve algum ato sexual, porque ela estava apagada. Mas, a sedação foi muito forte e ela ficou apagada. Ela desencadeou tudo isso”, disse o defensor.

Sobrinho disse que o crime é hediondo: “Aquele é um momento de fragilidade da mulher, é o primeiro momento que a mãe tem contato com o filho. Ela não chegou a pegar o filho, não viu o filho nascer. Ela só amamentou o filho quatro horas depois”, afirma.

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