Caso seja comprovada a suspeita, ele será indiciado por lesão corporal
A Polícia Civil trabalha para coletar provas que confirmem que o advogado Adelúcio Lima de Melo dopou colegas de cela para fugir na madrugada de domingo (23/6), da Casa do Albergado, no Jardim Europa, em Goiânia. Caso seja comprovada a suspeita, ele será indiciado por lesão corporal.
Em decorrência de uma prerrogativa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Adelúclio, que na semana passada havia sido condenado a 27 anos de prisão pelo assassinado, em 31 de fevereiro de 2020, do também advogado Hans Brasiel da Silva Chaves, que tinha 31 anos, foi beneficiado para cumprir a pena na Casa do Albergado. Na madrugada do último domingo, porém, ele escapou pulando o muro, com o apoio de uma cadeira, e de uma mesa, depois de arrombar uma janela da dela onde estava com outros sete presos.
Como todos os detentos haviam dormido, e no dia seguinte afirmaram não ter escutado nenhum barulho, a polícia suspeita que Adelúcio pode ter dopado eles.
”Nós já sabemos que ele faz uso de remédio controlado para dormir, e a suspeita é que tenha colocado o medicamento na bebida dos demais presos, para que ninguém o atrapalhasse durante a fuga”, descreveu o delegado Samuel Almeida, titular do Grupo Antissequestro (GAS) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Foram agentes do GAS da Deic quem, junto com policiais penais, conseguiram localizar e prender Adelúcio na tarde de quarta-feira (27.6), em Rio Verde, na região sudoeste de Goiás. No momento em que foi abordado, o advogado estava dentro do carro de um amigo, que acabou preso e autuado por crime de favorecimento. A identidade dele não foi revelada.
Transferido para segurança máxima
Em decorrência da fuga, e por ter tido seu registro caçado pela OAB Goiás, Adelúcio foi encaminhado, na manhã desta quinta-feira (28/6), para o Núcleo de Custódia, presídio considerado de segurança máxima, localizado no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
A unidade abriga condenados por crimes de grande repercussão, como o ex cartorário Maurício Sampaio, que foi condenado pela morte do radialista Valério Luiz, e o serial killer Thiago Henrique Gomes da Rocha, que matou mais de 30 mulheres em Goiânia.
Não conseguimos contato com a defesa do advogado até a publicação desta reportagem.