Alunos de diversos cursos da Universidade Federal de Goiás (UFG) ocuparam, no início da tarde desta quinta-feira (5), o prédio da reitoria da universidade. De acordo com o Diretório Central dos Estudantes da UFG (DCE-UFG), cerca de 100 alunos participam da ação, que segue sem previsão de término.
A coordenadora do DCE-UFG, Luciana Oliveira, afirmou que diversas reivindicações serão pautadas, mas as principais são: convocação de uma assembleia universitária, recontratação dos funcionários terceirizados e a normalização no pagamento de bolsas de extensão, monitoria e pesquisa.
Além disso, serão levantadas questões sobre o racionamento de uso de água e energia, falta de verbas para realização de aulas e atividades práticas que necessitam de materiais ou que envolvem os laboratórios. “A nossa perceptiva é que contrapropostas sejam feitas”, disse Luciana. “Não queremos briga com a reitoria. Pelo contrário. Este é um ato para mostrar o quanto estamos descontentes de como está a situação da universidade. Caso não tenhamos um posicionamento positivo, a ocupação continua, pois estamos num espaço que é nosso”, destaca.
Luciana ressaltou também que a situação calamitosa que a universidade vive afeta principalmente estudantes que são de baixa renda e os principais projetos que a universidade retorna para a comunidade. “Muitos alunos vêm de outros estados. Temos o Hospital das Clínicas que atende em diversas especialidades. Além de projetos de extensão e as diversas pesquisas que são realizadas aqui e que ajuda toda a população.
A coordenadora destaca que, além da ocupação, uma nova manifestação está marcada para o dia 7 de setembro em prol da Educação. A concentração será realizada na porta da Catedral Metropolitana, a partir das 8h30.
O Mais Goiás entrou em contato com a UFG e aguarda um posicionamento sobre o assunto.
Cortes
A instituição sofre com o corte de 30% na verba repassada pelo Governo Federal. Com isso, a universidade já sinalizou que talvez não conclua as atividades no segundo período deste ano.
Em nota publicada no mês de julho, a instituição comunicou que, caso o bloqueio do orçamento feito pelo Ministério da Educação (MEC) seja mantido, todas as atividades da instituição serão paralisadas. O bloqueio foi anunciado pelo responsável pela pasta, Abraham Weintraub, em abril deste ano, e afeta todas as Instituições Federais de Ensino (IFE).
A nota, publicada no site da universidade, afirma que a retenção de 30% do orçamento fez que com que a instituição chegasse ao final do primeiro semestre “com severas dificuldades para a manutenção das atividades meio”, como contratações e aquisições. O esforço tem sido para manter as atividades de ensino, pesquisa e extensão.