Publicado em: 01/08/2025
“Por ser tia do menino, a mãe confiou a ela os cuidados do filho”, disse uma prima
A família de Kayron Lucas da Silva Andrade, de um ano e quatro meses, nega que tenha havido negligência no caso da guarda do menino. Segundo Andressa Castro, prima da mãe de Kayron, a criança havia sido entregue aos cuidados de uma tia porque a mãe confiava nela. “A suspeita era cuidadora de crianças e tinha boas referências. Por ser tia do menino, a mãe confiou a ela os cuidados do filho”, disse Andressa. Kayron foi encontrado morto com vários ferimentos no corpo em uma casa no bairro Vila Portuguesa, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, na manhã de quarta-feira (30)
A prima relatou que a mãe deixou Kayron com a tia quando ele tinha apenas três meses de vida, porque estava presa. O pai do bebê, que trabalha viajando, não tinha condições de cuidar da criança no dia a dia, mas ajudava financeiramente, inclusive com pensão alimentícia e compra de mantimentos. Familiares acreditam que esse seja um dos motivos para ela não querer entregar o menino.
A família afirma que não desconfiava de maus-tratos porque a tia nunca havia apresentado comportamento violento com outras crianças de quem cuidou. Quando viam o bebê com algum machucado, acreditavam nas explicações dadas por ela. No entanto, vizinhos chegaram a acionar o Conselho Tutelar após ouvirem gritos da criança e alertaram os parentes do menino, que tentaram buscar Kayron, mas não conseguiram.
A mãe do menino soube da morte enquanto ainda estava sob custódia. A família não detalhou os motivos da prisão, apenas que não tinham relação com o caso da criança. E, segundo Andressa, a mulher já estava em processo de liberdade condicional e iria buscar o filho nesta quinta-feira (31), após a emissão do alvará de soltura, mas não chegou a vê-lo com vida. Ao saber da morte, entrou em estado de choque e tentou tirar a própria vida. Atualmente, está em casa sob cuidados de familiares.
A morte e prisão das suspeitas
Kayron foi encontrado morto com vários ferimentos no corpo em uma casa no bairro Vila Portuguesa, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, na manhã de quarta-feira (30).
A tia da criança, de 35 anos, e a companheira dela, de 20, responsáveis pelos cuidados do menino, foram presas em flagrante. As duas disseram que chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) após perceberem que a criança parecia desmaiada. Porém, quando a equipe médica chegou, constatou que Kayron já estava morto há pelo menos duas horas.
Os profissionais de saúde observaram marcas recentes e antigas no corpo do bebê, levantando a suspeita de maus-tratos. A Polícia Militar foi acionada e as mulheres encaminhadas à delegacia.
Versões divergentes
Inicialmente, as suspeitas alegaram que a criança havia se engasgado com leite. Depois, mudaram a versão, dizendo que Kayron havia caído da cama. As declarações conflitantes reforçaram as suspeitas de agressão.
Após audiência de custódia, a Justiça manteve a prisão preventiva das duas mulheres. O corpo do bebê foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), e a Polícia Civil segue investigando o caso para esclarecer as circunstâncias da morte.
