Publicado em 14/08/2025
Somente uma das vítimas, que mora em Goiânia, transferiu R$ 120 mil aos criminosos
Polícias civis de Goiás prenderam, nesta quinta-feira (14), 23 suspeitos de integrar uma quadrilha que lesou quase 200 pessoas com o chamado “golpe do novo número”. As prisões foram cumpridas em Goiás, Distrito Federal e em outros cinco estados.
Investigações conduzidas por agentes do Grupo de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes (Gref), da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), descobriram que, em apenas seis meses, o grupo enganou pelo menos 160 pessoas em diferentes cidades do Brasil. Somente uma das vítimas, que mora em Goiânia, transferiu R$ 120 mil aos criminosos que, por um aplicativo de mensagens, se passaram por um parente dela.
As 23 prisões e 23 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Goiás, Distrito Federal, Maranhão, Santa Catarina, Mato Grosso, Pará, e Tocantins. A polícia também conseguiu, na justiça, o sequestro de R$ 120 mil em contas dos indiciados, que não tiveram as identidades reveladas.
Entre os 23 presos, segundo o delegado Thiago César de Oliveira, que foi quem comandou a operação, estão pessoas que ligavam para as vítimas, outras que emprestavam as contas para onde o dinheiro seria transferido, e os que cooptavam estas pessoas. Um dos presos, porém, que vivia no Tocantins, era considerado peça fundamental, já que seria quem escolhia as vítimas, preferencialmente idosos, e, além de indicá-las, também instruía os comparsas sobre como aplicar o golpe e disseminar os valores.
Vítimas eram escolhidas após análises de postagens em redes sociais, afirma delegado
As vítimas já identificadas, conforme o delegado, eram escolhidas após a análise de postagens que faziam em redes sociais. “Eles analisavam os locais e com quem estas pessoas estavam, e aonde costumavam ir, e depois acabavam conseguindo se passar facilmente como se fossem parentes das vítimas”, descreveu Thiago César.
A orientação do delegado é para que as pessoas nunca repassem valores após receberem pedidos de números desconhecidos, que não têm gravado na agenda, mesmo que tenham a foto de algum parente. Os 23 presos responderão por associação criminosa, estelionato qualificado por fraude eletrônica e lavagem de capitais, delitos que, somados, têm pena que pode passar de 10 anos de reclusão.