sábado, novembro 23, 2024
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Com casas inundadas, pescadores de Pelotas (RS) decidem morar dentro de barcos

Área foi devastada após as enchentes no Rio Grande do Sul

(FOLHAPRESS) Às margens da Lagoa dos Patos, a Colônia de Pescadores Z3 é o aglomerado mais populoso da zona rural de Pelotas, no sul do Rio Grande do Sul. A área é, também, a mais pobre entre as devastadas pela enchente que atinge o município desde o início do mês de maio. Apenas parte da avenida principal do local não está debaixo d’água.

A maior parte da população local sobrevive de pesca artesanal. Dependendo da época do ano, os pescadores locais costumam retirar da água corvina, tainha, linguado ou camarão. Normalmente, os trabalhadores dependem que a água doce da Lagoa dos Patos baixe para que a água salgada do mar chegue e, consequentemente, traga frutos do mar.

Na região da Divinéia, que contempla duas ilhotas, são dezenas de embarcações atracadas nas docas. Dentro delas, cerca de 30 pescadores estão, há duas semanas, morando dentro dos próprios barcos ou em embarcações emprestadas.

Eles decidiram permanecer atracados para cuidar dos próprios barcos, e explicaram que além de estarem acostumados a sobreviver embarcados, há, ainda, o fato de os abrigos estarem cheios.

Comidas, roupas, cobertores, água e produtos de higiene, chegam até eles por colegas que estão abrigados em terra firme. Se não chegam, os pescadores vão até os postos de doações – localizados na única via da cidade que não está inundada – e, depois, retornam para seguirem atracados.

O pescador Alexander Braga Carvalhal completou 35 anos no último dia 15, em meio à enchente. “Minha casa agora deu uma abaixada na água. Mas está lá com água pela cintura. Acima do umbigo. Como eu estou de voluntário aqui, aí eu permaneço aqui”, disse.

Foi Carvalhal quem levou a reportagem, com apoio da Marinha do Brasil, até a Divinéia, na tarde de quinta-feira (23).”Tem bastante gente dormindo nos barcos, porque pescador é acostumado a estar acampado, morando em barco. Salvaram as coisas, o pouco que tinham e, depois, foram para os barcos”, explicou.

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