O ex-superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro Carlos Henrique Oliveira de Sousa, que pediu para ser ouvido novamente pela PF na investigação que analisa denúncias feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro, afirmou em seu novo depoimento nesta terça-feira (19) que foi procurado por Alexandre Ramagem, diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) antes dele ser escolhido como diretor-geral da PF, onde fez um convite para que Oliveira fosse diretor executivo da corporação.
Ramagem, que teve sua posse barrada pelo STF, teria perguntado a Carlos Henrique se aceitaria assumir o cargo como número 2 da PF, em que ele afirma ter respondido que “aceitaria”. No primeiro depoimento, Oliveira teria dito que não foi procurado por ninguém e pediu para prestar novo depoimento para esclarecer esta informação.
Carlos Henrique Oliveira aida participou, após ser convidado por Ramagem para uma audiência com Bolsonaro em 2019, pouco antes de assumir a Superintendência da PF no Rio de Janeiro. Ele alega que Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça e Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da PF sabiam da reunião e não teriam participado por estarem fora de Brasília.
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O atual número 2 da PF afirmou ainda que apenas ele, Alexandre Ramagem e o presidente Jair Bolsonaro participaram da reunião, que durou cerca de 30 minutos.
Ele já havia sido interrogado na terça da semana passada e tinha afirmado que Bolsonaro nunca fez pedidos de relatórios diretamente a ele ou sua equipe quando comandava a PF no Rio de Janeiro.
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Carlos Henrique Oliveira substituiu Ricardo Saad na chefia da PF no Rio em 2019, em uma das primeiras tentativas de Bolsonaro de trocar o comando da PF em seu estado de base política.
Ele também afirmou neste novo depoimento que ” um trâmite diferente do habitual” na operação “Furna da Onça”, que atingiria Flávio Queiroz, assessor de um dos filhos de Bolsonaro, teve “consequencias logisticas” nesta e em outras operações.
Ele ainda relatou que na deflagração da operação, um dos suspeitos que foram alvo estava esperando as equipes da PF, “trajado socialmente e com diploma universitário na mão” e que na época determinou abertura de investigação para apurar vazamento na investigação.
Com a saída de Moro e a troca no comando da PF, Carlos Henrique foi escolhido para diretor executivo da corporação, segundo cargo mais importante na hierarquia da Polícia Federal.
Além dele o delegado Claudio Ferreira Gomes, que coordenou as investigações do caso Marielle no Rio também prestou depoimento nesta terça-feira (19).
Amanhça a Polícia Federal vai interrogar ainda outros dois delegados da corporação, Cairo Costa Duarte, superintendente da PF em MG e o delegado Rodrigo Morais que investigou o atentado sofrido por Bolsonaro durante a campanha presidencial.