segunda-feira, setembro 16, 2024
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BofA ou UBS: quem está certo na Eneva?

“Acreditamos que um alívio nos juros pode impulsionar uma outpeformance de nomes com um short interest mais alto,” escreveu o analista.  O banco disse ainda que vê a Eneva negociando a uma TIR real de 14% com um dos menores custos de capital do setor de utilities, de cerca de 8%, perdendo apenas para a Alupar, que tem uma TIR muito menor, na faixa de 7%.  O comentário do BofA vem dois dias depois do UBS dar um downgrade na Eneva para ‘venda’, com um preço-alvo de R$ 10,50 (contra R$ 17 do BofA).   O relatório do UBS fez o papel cair mais de 4%.  Um dos pilares do downgrade é o argumento de que, com mais chuvas este ano e a entrada de capacidade vindo da geração éolica e solar, a Eneva não deve ter nenhum despacho este ano, o que pressionaria muito sua receita. Para quem não acompanha a empresa: a receita das térmicas da Eneva é dividida em duas: uma receita fixa e a receita variável dos despachos emergenciais, que a ONS ordena quando o fornecimento de energia fica apertado.  Mas estes despachos, que constituem 100% da receita variável, têm sido uma parte importante do EBITDA da companhia, ficando entre 35% e 55% da EBITDA nos últimos anos, dependendo das condições hidrológicas. (No ano passado, o despacho despencou para 15% do EBITDA). O CFO da Eneva, Marcelo Habibe, disse ao Brazil Journal que a novidade, desconsiderada pelo analista, é que a Eneva está substituindo os despachos domésticos por exportações de energia para a Argentina e o Uruguai. “No ano passado, fizemos R$ 320 milhões de EBITDA de exportação só no inverno. Esse ano, já fizemos exportações em janeiro e abril, e nesse próximo final de semana começa o inverno na Argentina. As temperaturas em Buenos Aires vão cair quase 10 graus. É o momento de voltarmos a exportar pesado.” Segundo Habibe, nas exportações para Argentina e Uruguai os preços de venda costumam ser 2x maiores que nos despachos domésticos.  O segundo argumento do analista Giuliano Ajeje para o downgrade é que não haverá mais leilões de contratação de capacidade nos próximos anos e, por isso, a Eneva não vai conseguir recontratar as térmicas de Parnaíba I, II e III.  O banco disse que o mercado não está considerando essa possibilidade, “com os investidores não colocando na conta o oversupply de energia e a forte entrada de capacidade renovável.” Para o CFO da Eneva, a análise do UBS vai “completamente contra o que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Ministério têm manifestado.” “Os reguladores pensam o extremo oposto: dado o grande volume de energia intermitente e térmicas que serão descontratadas até 2028, eles veem necessidade de recontratar 8 GW de capacidade para assegurar o sistema. A última coisa que eles querem é passar pelo erro de 2021 e ter que contratar térmicas em um leilão emergencial pagando mais de R$ 2 mil o MWh.” .

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