A mãe de uma jovem de 18 anos registrou um boletim de ocorrência contra o ex-namorado da filha, após ela ficar desaparecida e reaparecer com o nome dele tatuado no rosto. O caso ocorreu no sábado (21), em Taubaté, interior de São Paulo.
O rapaz de 20 anos foi detido porque descumpriu duas medidas protetivas —uma de 2021 e outra de 2022— ao ter contato com a ex-namorada. Segundo a mãe da garota, foi a terceira tatuagem feita pelo rapaz na vítima com o seu nome.
O caso foi registrado no plantão policial e corre em segredo de Justiça devido às medidas protetivas contra o rapaz. Ele será investigado, a partir de segunda-feira (23), pela DDM (Delegacia da Mulher) de Taubaté.
Segundo a mãe, de 34 anos, sua filha saiu para ir à escola na sexta-feira (20) e até as 22h não havia retornado para casa. Ela então procurou a polícia.
“Pela manhã, fui até a rua do rapaz e vi minha filha dentro do carro. Voltei para casa e quando cheguei aqui já a encontrei tentando tapar a tatuagem com maquiagem porque tinha de ir trabalhar. Ali eu desabei”, conta.
A mãe afirmou que a jovem foi agredida ao resistir a aplicar a tatuagem. “Ela está com o olho roxo. E ele a forçou a gravar um vídeo autorizando a tatuagem. Minha filha falou que gravou com medo de algo pior acontecer”, continuou.
Segundo ela, sua filha e o rapaz começaram a namorar em 2019. “No começo, ele era um rapaz bom. Mas, após um ano de namoro começaram as crises de ciúme até que, no início de 2020, ocorreu a primeira agressão. Desde então luto para distanciar os dois”, afirmou.
O casal ficou oito meses separado e, segundo a mãe, voltou a se encontrar quando ele prometeu que não haveria mais agressões. Mas o rapaz passou a ameaçar a jovem caso esta se separasse dele. “Ele impedia ela de ter contato com amigos e familiares. Minha filha chegou a ficar incomunicável dentro da casa dele em duas ocasiões. Eu ia até lá, ninguém abria a porta, ele respondia por ela nas redes sociais. Até que ela conseguiu fugir”, disse.
A família optou por levar a jovem embora para São Paulo, mas uma oportunidade de emprego em um mercado atacadista a levou novamente a Taubaté. “Um dia, quando ela ia para o seu curso, ele a encontrou na rua e, com uma arma, a coagiu a entrar no carro. Logo depois, no dia 29 de maio, quando ela fez 18 anos, ele publicou nas redes duas fotos de tatuagens que ele tinha feito nela: seu nome no peito e na virilha. Na sequência fomos atrás da segunda medida protetiva.”
Depois da ocorrência deste final de semana, a filha tem chorado muito e sua mãe optou por não deixá-la sozinha. “Ela está com medo, fala em tirar a própria vida. Estou tentando falar para todo o mundo que não sou uma mãe chata impedindo um namoro. É um caso grave que está acontecendo. Ele fala que se ela não for dele, não será de mais ninguém. Não tenho conseguido dormir. Eu não quero ter que enterrar minha filha.”