quinta-feira, novembro 21, 2024
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Saiba quem é a falsa vidente acusada de golpe milionário no Rio

As investigações da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti) sobre um golpe de mais de R$ 724 milhões, em pagamentos e obras de artes, contra uma idosa, de 82 anos, identificaram que a responsável por abordar a vítima é Diana Rosa Aparecida Stanesco Vuletic. Ela ofereceu serviços espirituais para evitar que a filha da idosa morresse. Diana, que é considerada foragida, já havia sido presa por atuar como falsa vidente. Ela aplicava os golpes nas ruas de Copacabana, Ipanema e Leblon, na Zona Sul do Rio. Ela é investigada por cometer crimes como estelionato, extorsão, ameaça, falsidade ideológica, lesão corporal, injúria por preconceito e até maus-tratos, cárcere privado e estupro.

De acordo com o inquérito da Deapti, em janeiro de 2020, após sair de uma agência bancária em Copacabana, a idosa foi abordada por Diana, que, apresentando-se como vidente, disse que sua filha, Sabine Coll Boghici, estava doente e morreria em breve. Ela conseguiu convencê-la a ir até seu apartamento, na Rua Barata Ribeiro, onde teria jogado búzios e confirmado o “evento trágico”. De lá, elas seguiram para o imóvel de outra vidente, no Leme, para a realização de trabalhos espirituais e a cura da filha.

No apartamento, as golpistas perguntaram a idosa onde a filha morava e se possuía objetos de valor. Desconfiada, ela não respondeu. Segundo a idosa, Diana falou para ela procurar uma pessoa de confiança para salvar a vida de sua filha. Elas seguiram então para a casa de Rosa Stanesco Nicolau, conhecida como Mãe Valéria de Oxossi, na Rua Maria Quitéria, em Ipanema. Após jogar búzios e colocar cartas, a mulher novamente afirmou que a filha estaria com “espírito ruim”. Afirmou ainda que isso a levaria à morte. Em seguida, a falsa vidente pediu o pagamento pelo serviço.

Ao questionar as videntes sobre os valores, a idosa recebeu como resposta que ela poderia pagar o que lhe fora cobrado. A vítima contou tudo para a filha, que orientou a mãe a providenciar imediatamente o pagamento para afastar o mal que a atingia. Acreditando nas previsões, sobretudo diante dos problemas psicológicos como depressão e síndrome do pânico que Sabine sofria, ela concordou em efetuar transferências de mais de R$ 5 milhões. Segundo as investigações, além de Diana e de Sabine, pelo menos mais cinco pessoas participaram do golpe aplicado contra a mulher.

Como o jornal O Globo mostrou em abril, Diana Rosa Aparecida Stanesco Vuletic, de 37 anos, foi presa em flagrante, na Rua Joana Angélica, em Ipanema, por policiais da 13ª DP (Ipanema). Indiciada por extorquir dinheiro de uma dona de casa, de 24 anos, ela a teria atraído, após uma conversa, com a promessa de uma consulta gratuita em seu escritório, em um edifício na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, no bairro vizinho. Durante o atendimento, porém, foram cobrados R$ 4.300 com o pretexto da realização de uma “cirurgia espiritual”. Segundo a vítima, era necessário um “trabalho” para desfazer o “ritual macabro” que teria sido praticado contra ela.

Na delegacia, a vítima contou que para quebrar a “maldição” era preciso comprar ovos brancos, panos e velas. De volta à sala de Diana, a mulher teve que passar por um suposto ritual em que a criminosa teria identificado um “demônio” em seu corpo. Após isso, a estelionatária cobrou que fossem feitas transferências bancárias.

No dia seguinte ao encontro, Diana novamente voltou a insistir pelo pagamento, dizendo que a vítima seria hospitalizada em seis meses caso não o fizesse o recomendando. Em um vídeo enviado por rede social, ela mostrava uma menina vomitando sangue por estar com “carga espiritual” e ameaçava a mulher que o mesmo iria acontecer a ela.

— Os inquéritos mostram que esses criminosos, com promessas de reatar relacionamentos, oferecer promoções em empregos e até desfazer maldições espirituais, exigem dinheiro e chegam a ameaçar as vítimas. Realmente impressiona a frieza como as ludibriam para alcançar vantagens econômicas, demonstrando ganância e explorando crenças religiosas — disse o delegado Felipe Santoro, titular da 13ª DP, à época — Nossa orientação é no sentido de que todos fiquem atentos a essas abordagens e evitem se deslocar para endereços de desconhecidos, procurando referências seguras e não se deixando levar por postagens em redes sociais.

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