Estão previstos três dias de júri
Da Redação Goiânia, GO
A Justiça começou, nesta quarta (13), a audiência de instrução do caso conhecido como a chacina do DF. O caso aconteceu na região administrativa de Planaltina e também de Planaltina de Goiás, entre dezembro de 2022 e janeiro deste ano (planejamento e execução), e resultou na morte de dez pessoas da mesma família. Cinco foram presos por suspeita de envolvimento no caso.
Serão três dias de Tribunal do Júri, ocasião em que a Justiça de Planaltina, no DF, ouvirá os acusados, testemunhas e advogados. Nesta quarta-feira já serão ouvidas algumas das 22 testemunhas.
A primeira testemunha foi um corretor de imóveis. Já a segunda foi o filho de Elizamar da Silva, Ivanilson da Silva Campos, que prestou depoimento por vídeo. Uma ex-namorada de Gideon foi a terceira, que confirmou que ele apareceu “com o corpo queimado”. Pelo menos nove pessoas já falaram ao júri.
Investigação
A investigação teve início com o desaparecimento de Elizamar da Silva. O carro dela foi encontrado em Cristalina, região do entorno, com quatro corpos dentro, em 12 de janeiro. Ela foi emboscada com os três filhos, Gabriel, 7, e os gêmeos, Rafael e Rafaela, 6. Segundo a Polícia, ela saiu do salão onde trabalhava, na 307 Norte, naquela noite, depois de ser atraída para para a casa onde moravam os sogros, Marcos Antônio Lopes, 54, e Renata Belchior, 52, também assassinados.
A motivação do crime seria uma chácara em que parte das vítimas vivia. O imóvel, em Itapoã, era avaliado em R$ 2 milhões. A execução dos dez assassinatos levou 18 dias.
Segundo a denúncia, quatro réus (Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos, Fabrício Silva Canhedo e Carloman dos Santos Nogueira) são acusados de crimes em que as penas podem passar de 340 anos de prisão para cada. Já o quinto envolvido, Carlos Henrique Ales da Silva, o “Galego”, enfrenta o crime de homicídio de Thiago Gabriel.
O único réu que não será ouvido nesta semana é Fabrício. A defesa dele pediu desmembramento do caso, o que foi aceito.
Mais informações
Ao todo, dez pessoas da mesma família desapareceram no DF e foram brutalmente assassinadas, entre dezembro de 2022 e janeiro deste ano. Foram vítimas:
Elizamar da Silva, 39, primeira vítima desaparecida; Thiago Gabriel Belchior, 30, marido de Elizamar; Gabriel da Silva, 7, Rafael da Silva e Rafaela da Silva, irmãos gêmeos, 6, filhos de Elizamar e Thiago; Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, pai de Thiago; Renata Juliene Belchior, 52, esposa de Marcos Antônio; Gabriela Belchior, 25, filha de Marcos Antônio e Renata; Cláudia Regina Marques de Oliveira, também companheira de Marcos Antônio, segundo o delegado do caso, Ricardo Viana; Ana Beatriz Marques de Oliveira, adolescente, filha de Marcos Antônio e Cláudia Regina.
A história macabra se iniciou na noite do dia 12 daquele mês, quando a cabeleireira Elizamar Silva, de 39 anos, e os três filhos pequenos, sumiram. Logo após, outros membros da família também desapareceram. Dois carros foram encontrados com seis corpos carbonizados.
Durante 11 dias, polícias civis de três regiões do país – DF, Goiás e Minas Gerais – trabalharam em uma megaoperação para investigar o caso. Localizou-se o cativeiro onde as vítimas foram mantidas presas até serem assassinadas. O corpo do avô das crianças foi encontrado decapitado.
Um bilhete foi escrito por um dos acusados para atrair as vítimas para uma emboscada. A polícia também descobriu um caderno com anotações e senhas bancárias das vítimas nos pertences dos réus. A polícia ainda encontrou R$ 54 mil nas contas bancárias dos autores da chacina.
Os cinco suspeitos acusados de cometer as atrocidades estão presos. São eles: Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Fabrício da Silva Canhedo, Carlos Henrique Alves da Silva e Carlomam dos Santos Nogueira. Há, ainda, um adolescente que estaria envolvido.